Por Felipe Freires
Com o passar do tempo, mais nos surpreendemos com as descobertas que são divulgadas. Outra coisa muito importante é estarmos atualizados com os novos dados. Foi publicado um artigo sobre a atualização dos parâmetros da estrela TRAPPIST-1 nesta semana de dezembro de 2017, mas é preciso ter em mente algumas informações simples acerca do sistema a qual ela pertence.
Com o passar do tempo, mais nos surpreendemos com as descobertas que são divulgadas. Outra coisa muito importante é estarmos atualizados com os novos dados. Foi publicado um artigo sobre a atualização dos parâmetros da estrela TRAPPIST-1 nesta semana de dezembro de 2017, mas é preciso ter em mente algumas informações simples acerca do sistema a qual ela pertence.
Ele é um bom alvo para estudos atmosféricos relacionados à habitabilidade desse tipo de sistema, ou seja, o estudo não ajuda só na obtenção dos dados do mesmo, mas também é útil ao comparar informações e chegar a outras conclusões.
A estrela TRAPPIST-1 está a aproximadamente 12 parsecs do sol e é uma anã de tipo espectral M8, com um tamanho semelhante ao do planeta Júpiter. Ela forma um sistema junto com 7 planetas (com tamanhos semelhantes ao terrestre), estando 3 na Zona Habitável, como presente no estudo de alguns cientistas como Gillon, em 2017.
Ilustração do sistema TRAPPIST-1. CRÉDITO: NASA. |
Valerie Van Grootel e mais cientistas publicaram um artigo sobre a atualização dos parâmetros da estrela, que aconteceu com base em dados coletados através de muito trabalho. Vale ressaltar que isso envolveu 188 épocas de observações e aproximadamente 45 mil imagens, além de modelos computacionais, muita dedicação.
A luminosidade da estrela do sistema — que se associa com a irradiação dos planetas dada por L*/a^2 — foi reestimada para (5.22 ± 0.19)*10^(-4) luminosidades solares, que antes era de aproximadamente (5,25 ± 0,38)*10^(-4) L⨀. Isso pode ser explicado pelo fato de TRAPPIST-1 ser uma estrela anã vermelha fria, e se observarmos, os exoplanetas estão bem perto da mesma. Um detalhe importante a ser destacado é o fato dos novos dados, mesmo muito semelhantes aos primeiros, são mais precisos, e precisão é o "grau de variação dos resultados de uma medição", algo que que muitos confundem.
O trabalho de Gillon et al. apontava para um raio estelar de 0,114 R⨀, com margem de erro de 0,006 R⨀ e uma temperatura de 2555 K, que poderia variar 85 K. O estudo de Valerie Van Grootel et al., com a utilização do CLES, um código de evolução estelar, obteve resultados semelhantes ao BHAC15. Podemos ver algumas figuras da comparação dos resultados de ambos e dos valores assumidos.
Note a diferença entre CLES e BHAC15. Retirado do artigo "Stellar parameters for TRAPPIST-1". |
Vale ressaltar que o raio do sol R⨀ é de 696 342 km e sua massa equivale a 1,9891*(10^30) kg que pode ser isolada na lei de Kepler T^2 = [4π^2/G(M + m)]*r^3. É uma fórmula muito simples, e se quiséssemos algo mais aproximado e mais fácil ainda, poderíamos ignorar a massa m, por ser “desprezível”. Quanto àquela fórmula para a irradiação do planeta (L*/a^2), a é o semieixo maior.
Raio, temperatura e massa estelar já foram atualizados, mas ainda precisamos ficar atentos aos dados relacionados aos planetas do sistema. Com o James Webb os astrônomos poderão estudá-los de forma mais profunda, e será mais acessível, já que esse incrível telescópio espacial com 2 mil watts de potência, 6,500 kg e abertura de 6,5 metros poderá facilitar a busca por biomarcadores como ozônio, mas é claro que também deve-se considerar as fontes abióticas.
Além dessas estatísticas, há o fluxo dos planetas relativos ao da Terra no estudo de Rachael M. Roettenbacher e Stephen R. Kane, que variam de 4,27 (TRAPPIST-1 b) até 0,13 (TRAPPIST-1 h). TRAPPIST-1 d é quem possui o valor mais próximo da Terra, com 1,15. Podemos observar na seguinte tabela, encontrada no artigo “The stellar activity of Trappist-1 and consequences for the planetary atmospheres”.
Espero que cada vez mais descobertas incríveis acerca desse sistema apareçam. Não só a refinação dos dados, mas também informações relacionadas à habitabilidade, presença de biomarcadores etc.
REFERÊNCIAS
ROETTENBACHER, Rachael;
Kane, Stephen. The Stellar Activity of TRAPPIST-1 and
Consequences for the Planetary Atmospheres. Disponível em: <https://arxiv.org/pdf/1711.02676.pdf>. Acesso
em: 10 de dezembro de 2017.
GROOTEL. et al. Stellar parameters for
TRAPPIST-1. Disponível em: <https://arxiv.org/pdf/1712.01911.pdf>. Acesso
em: 9 de dezembro de 2017.
Nenhum comentário
Postar um comentário