Novos Estudos Sobre o Sistema TRAPPIST-1

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Por Felipe Freires

Foram publicados alguns artigos interessantes sobre o sistema TRASPPIST-1, mas antes de começar a explicar sobre as últimas notícias desse sistema, terei que explicar descobertas mais antigas feitas pelos astrônomos. TRAPPIST-1 é um sistema formado por sua estrela e vários planetas, localiza-se a 39 anos-luz de distância de nós, na constelação de Aquário e sua estrela é uma anã vermelha de tipo M8V, com magnitude de K = 18,8.

No modelo de Kopparapu, os exoplanetas TRAPPIST-1 b e c estão em locais mais quentes, enquanto o planeta d do sistema está na Zona Habitável otimista e, finalmente, os planetas e, f e g estão na Zona de Habitabilidade Conservadora. TRAPPIST-1 h está na Zona de gelo do sistema, mas, no modelo de Eric Wolf, o planeta d um fluxo de insolação que o faria perder água com o tempo e, em contrapartida, os planetas TRAPPIST-1 f,g e h podem ser frios demais, ou seja, o exoplaneta e do sistema é o mais promissor.

Representação artística dos 7 planetas do sistema TRAPPIST-1. (Fonte: Wikipédia)


E. V. Quintana et al. publicou o artigo sobre composições plausíveis dos 7 planetas com base em algumas simulações computacionais, e em seu artigo foi comentado o resultado dos exoplanetas terem composições semelhantes com a da Terra e a possibilidade do TRAPPIST-1 f ter um “envelope” rico em volátil. Para realizar as simulações, precisa-se de alguns dados, como o período, excentricidade, raio e a massa. Um exoplaneta que chamou muita a atenção dos astrônomos é o TRAPPIST-1 f, porque existe a possibilidade de ter uma camada de água que corresponderia cerca de 1/5 de sua massa. Um dado muito interessante sobre TRAPPIST-1 é que a luminosidade em raios-X é similar à de um sol tranquilo, enquanto sua luminosidade total é cerca de 2000 vezes menor.

Como eu disse em alguns textos, a massa planetária pode ser determinada através do método da velocidade radial e o raio através do método do trânsito e, consequentemente, a densidade. Com a densidade planetária, pode-se especular sobre as possíveis composições químicas planetárias para haver certa densidade. Analisando os dados, os astrônomos notaram coerência entre a massa e raio planetário como planetas rochosos, isso em 6 dos 7 exoplanetas, porém, as incertezas são grandes a ponto de poder mudar os resultados de mais rochoso para um exoplaneta com um bom porcentual de água.
Cientistas como Songhu Wang publicaram um estudo sobre a atualização da massa do sistema TRAPPIST-1, diferente do resultado que tínhamos antigamente, e eu mostrarei a massa obtida de cada planeta. O exoplaneta b tem cerca de 0.79 massas terrestres, o c com aproximadamente 1.63 vezes a massa do nosso planeta, o exoplaneta TRAPPITS-1 d tem 0.33 massas terrestres.

Trânsito dos exoplanetas do sistema TRAPPIST-1. (Fonte: NASA)


Como eu dissera, o TRAPPIST-1 e é o mais promissor do sistema por ser o planeta com mais facilidade de preservar água em estado líquido em alguns modelos, mas tem uma massa planetária 0.24 vezes a  da Terra, bem diferente dos dados antigos, que apontavam para 0.64 massas terrestres. Os planetas f,g e h têm 0.36, 0.566 e 0.086 massas terrestres, respectivamente.

Aguardaremos mais estudos sobre esses planetas fascinantes, um ótimo sistema para estudos e modelos com base em observações e softwares, como o de Eric e de Kopparapu. Abaixo, encontram-se artigos relacionados aos estudos para leitura. 



REFERÊNCIAS


Songhu Wang et al., Updated Masses for the TRAPPIST-1 Planets. Disponível em: <https://arxiv.org/abs/1704.04290>. Acesso em: 28/04/2017.


Billy Quarles et al., Plausible Compositions of the Seven TRAPPIST-1 Planets Using Long-term Dynamical Simulations. Disponível em: <https://arxiv.org/abs/1704.02261>. Acesso em: 28/04/2017.

 

Eric T. WolfAssessing the Habitability of the TRAPPIST-1 System Using a 3D Climate Model. Disponível em: <https://arxiv.org/abs/1703.05815>. Acesso em: 20/04/2017.   

 

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