Por Felipe Freires
Neste texto eu explicarei sobre
dois exoplanetas do tipo “júpiter quente” e suas características, um deles é o
HATS-15 b e o outro é o HATS-16 b, ambos são gigantes, mas com ambientes nada
agradáveis para a vida como a que conhecemos, esse texto não será sobre
exoplanetas potencialmente habitáveis.
O HATS-15 b tem cerca de 2,2
vezes a massa de Júpiter, e seu raio é de 1,1 vezes, esse planeta é um Júpiter
quente. HATS-16 b é um exoplaneta ainda maior, tem mais massa e raio, orbitando
sua estrela a cada 2,7 dias terrestres, um dia a mais de período orbital que
HATS-15 b. Antes de começar a explicar
alguns dados interessantes sobre esses planetas, eu mostrarei as
características de suas estrelas e, através de seus dados podemos aprender muito
sobre seus planetas, já que a estrela influencia em alguns dados do planeta,
citarei um exemplo. Uma questão difícil é a da habitabilidade em Próxima b, não
precisamos apenas dos dados do planeta, mas também da estrela, porque ela
influencia nessa questão e, os cientistas pretendem acrescentar alguns detalhes
na definição do que nós conhecemos como “Zona Habitável”, porque exoplanetas
como Próxima b podem ter sua habitabilidade ameaçada pelos flares, ejeções de massas coronais etc, provenientes da estrela,
esse é apenas um exemplo de como a estrela influencia nas características de um
planeta. Os astrônomos estudam muito o espectro de algo para obterem algumas
informações importantes que, posteriormente, servirão para a criação de modelos
e outros dados.
HATS-15 b é um exoplaneta que
orbita sua estrela HATS-15, localizada na constelação de Capricórnio, enquanto
HATS-16 situa-se na constaleção de Escultor. Com observações detectaram os
trânsitos de HATS-15 b e HATS-16, ambos orbitando suas estrelas em períodos de
respectivamente 1,75 e 2,69 dias terrestres. Em um gráfico de trânsito de
exoplanetas vemos que no momento do trânsito o exoplaneta produz uma “queda no
brilho da estrela” e, existem várias técnicas para descartar falsos positivos
durante o trânsito, eu explicarei como podemos diferenciar um trânsito do
outro. Às vezes, um astrônomo quer estudar um determinado exoplaneta, mas para
isso precisa identificá-lo, uma dessas formas é medir o tempo do trânsito e a
profundidade que pode ser medida em medida em “ppm”. Com a combinação da
profundidade do trânsito planetário e o tempo, podemos descobrir se é ou não o
mesmo trânsito (vale ressaltar que o intervalo entre um trânsito e o outro
também está incluído e, se tudo resultar em um resultado idêntico ao procurado,
foi o mesmo exoplaneta, estas são algumas características necessárias).
HATS-15 é uma anã de tipo
espectral G9 com temperaturas de 5000 K (com base em observações mais antigas),
diferente de HATS-16 (uma estrela de tipo G3), que é uma estrela com
aproximadamente 1000 K a mais de temperatura e, as incertezas na temperatura
eram praticamente as mesmas em ambas as medições realizadas sob ambas as
estrelas. Agora eu explicarei sobre uma maneira de saber se um sistema tem a
probabilidade maior ou não de ter binárias eclipsantes. Existem as binárias
eclipsantes, ambas orbitam um centro de massa e, pelo fato de haver uma estrela
com luminosidade superior, quando esta é ocultada por uma estrela menos
brilhante, ocorre uma queda de brilho x, e depois ocorre outra ocultação, mas
dessa vez a estrela menos luminosa é ocultada, por isso ocorre uma queda de
luminosidade menor. Nesse caso, os trânsitos pares terão características
diferentes em relação aos trânsitos ímpares, ou seja, para que seja descartada (em
parte) a possibilidade de estarmos tratando de um trânsito de exoplanetas, e
não de eclipsantes binárias, devemos ter trânsitos ímpares idênticos aos pares,
caso o contrário, pode ser que estejamos estudando binárias eclipsantes. E é
bom o fato de ser mais provável a existência de exoplanetas nos sistemas
HATS-15 e 16.
Desde 2015, tínhamos medidas mais
precisas sobre HATS-15 (cerca de 2250 anos-luz de distância de nós) e 16 (Cerca
de 2520 anos-luz de distância de nós), suas temperaturas são de respectivamente
5296 e 5840 K, esses dados foram descobertos através de espectroscopia e
fotometria, que são de extrema importância na exoplanetologia. Além disso, com
essas observações foi possível determinar as massas estelares de HATS-15 e 16,
ambos com aproximadamente 0,9 massas solares, sendo HATS-16 o mais maciço e,
além disso, seus raios são de respectivamente 0,9 e 1,2 raios solares.
Recomendação: "HATS-15b and HATS-16b: Two massive planets transiting old G dwarf stars" de Ciceri et al.
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