A galáxia mais ditante já observada pelo ALMA

Share:
                                                               Créditos: ESO/M. Kornmesser

Usando o Atacama Large Milimeter/submilimeter Array (ALMA), astrônomos liderados por Nicolas Laporte, da University College of London, observaram a mais jovem e remota galáxia já observada com o ALMA. Esta galáxia, apesar de ser bem jovem, tem uma incrível abundância de poeira estelar proveniente da morte de uma geração anterior de estrelas.

A galáxia é chamada de A2744_YD4 e está a uma enorme distância de nós. Sua luz nos mostra quando ela tinha apenas 600 milhões de anos, um período em que as primeiras galáxias e estrelas ainda estavam nascendo.

“Não só a A2744_YD4 é a galáxia mais distante observada pelo ALMA”, comenta Laporte, “mas a detecção de tanta poeira indica que supernovas primitivas já devem ter poluído essa galáxia”.

A quantidade de poeira encontrada é de 6 milhões de vezes a massa do nosso Sol; a massa total estelar da galáxia chega a casa dos 2 bilhões de vezes a massa do nosso Sol. A taxa de formação de estrelas é de 20 massas solares por ano.

“Esta taxa não é incomum para uma galáxia tão distante, mas lança luz sobre a rapidez com que a poeira em A2744_YD4 foi formada”, explica Richar Ellis, co-autor do estudo. “Notavelmente, o tempo necessário é apenas cerca de 200 milhões de anos e estamos testemunhando esta galáxia pouco tempo depois da sua formação”.

A poeira detectada é formada por silício, carbono e alumínio em pequenos grãos com um milionésimo de um centímetro de diâmetro. Os elementos químicos presente nesses grãos foram feitos em núcleos estelares. Hoje em dia, encontrar esses e outros elementos é bem fácil, mas no início do Universo eram bem escassos.

A galáxia está localizada atrás de um aglomerado de galáxias chamado Abell 2744. Através de um fenômeno chamado de lente gravitacional, o aglomerado acabou agindo como um telescópio cósmico e ampliou a imagem da galáxia cerca de 1,8 vezes possibilitando, assim, que ela fosse observada pelos astrônomos.
      A galáxia por trás do aglomerado (Créditos:ALMA- ESO / NAOJ / NRAO), NASA, ESA, ESO e D. Coe - STScI / J. Merten (Heidelberg / Bolonha)

O ALMA também fez a detecção de emissão de oxigênio ionizado tornando a A2744_YD4 a galáxia com a mais antiga detecção de oxigênio já feita no Universo.

Encontrar uma galáxia com poeira precoce significa novas informações sobre a explosão das primeiras supernovas e a existência das primeiras estrelas quentes a iluminar o Universo. É mais um passo na determinação do ‘amanhecer cósmico’, o santo graal da astronomia moderna.

Via site da ESA


Nenhum comentário