Muitos de nós, um dia, sonhamos em ir para a lua ou sermos grandes astronautas. Claro que, com o tempo, vemos que lançar uma missão espacial ou até mesmo ser um astronauta não é brincadeira e nem uma tarefa fácil. Mas, mesmo com todas essas questões, um grupo de brasileiros liderados por Lucas Fonseca teve a ideia de lançar uma missão lunar brasileira que já tem nome e data: conheça o Garatéa Lunar Mission (Garatéa-L) que partirá, em 2020, para a Lua e escrever um capítulo totalmente novo nos livros de História do Brasil.
O Garatéa-L será o primeiro lançamento brasileiro em órbita lunar da história e será possível graças a uma carona amiga que o grupo conseguiu em 2016 através de parceiros da área astronáutica europeia. Em 2020, o satélite será lançado e ejetado em órbita lunar para, autonomamente, realizarem várias pesquisas científicas.
Vida na Lua
Garatéa é um apalavra em Tupi-Guarani que significa “busca vidas” e a letra L significa Lua. No geral, a missão pretende fazer uma série de pesquisas astrobiológicas levando colônias de micróbios terrestres que apresentam grandes resistências a locais inóspitos (chamados de organismos extremófilos). Como sabemos pouco sobre as origens da nossa existência na Terra, o Garatéa-L vai tentar investigar se há alguma chance de componentes da vida e mecanismos biomoleculares são capazes de se desenvolver e sobreviver por lá.
Em suma, esta pesquisa irá fazer uma simulação interessante do passado do Sistema Solar e testar algumas hipóteses levantadas sobre a origem da vida na Terra. A ideia parece meio maluca, mas é totalmente possível. Há pelo menos 20 anos já sabemos com clareza que vários organismos terrestres são adaptáveis ao meio interestrelar (como, por exemplo, o tardígrado).
Recentemente a glicina, um componente químico feito pelas células dos seres vivos, foi encontrado em abundância em um cometa. Não significa, claro, que tem algo vivo lá, mas é uma prova interessante que durante a fase de formação do planeta Terra os cometas trouxeram glicina e até mesmo moléculas de água para o nosso planeta. Aqui encontraram um ambiente muito interessante para criarem ciclos e replicação.
Além disso, o Garatéa-L pretende fazer vários voos rasantes para obtenção de imagens de crateras e áreas estonteantes do nosso satélite natural.
O que tem pra fazer na Lua 50 anos depois do homem ter ido pra lá?
Esta é uma pergunta bastante recorrente. Outras agências como a NASA e a ESA já exploraram bastante a Lua e hoje miram em outros mundos. Mandar um satélite para a órbita lunar é testar e demonstrar novas tecnologias e técnicas que irão servir para as áreas mais diversas e contribuir com outras coisas que ainda não sabemos sobre o local.
Uma missão que leve organismos vivos para a Lua ainda é algo inédito e é um tipo de conhecimento que ainda não temos. O Brasil ainda é bastante iniciante no quesito de exploração espacial então esta seria uma ótima maneira de começar.
A partir de 2020, a nova corrida espacial será para montar pequenas colônias humanas e começar novas aventuras interessantes. Logo, a Lua será um ótimo ambiente para testes. O espaço é um ambiente cheio de radiação danosa ao corpo dos seres vivos e um teste prévio na Lua utilizando pequenos organismos é uma prévia dos danos e adaptações que os humanos poderão desenvolver.
O momento é ótimo e toda a comunidade científica brasileira está animada. Se você achou interessante, a baixo tem alguns links para você saber mais sobre o Garatéa-L e sobre os assunto convergentes:
Visite o site da missão: http://www.garatea.space/ missao/
Veja o manifesto da missão: https://goo.gl/sVvA8r
Um vídeo sobre as origens cósmicas da água:
Na revista online Planetária, escrevi uma matéria sobre o achado de glicina em um cometa (título Componentes Essenciais): https://goo.gl/e0FyjZ
Veja um pouco sobre a nova corrida espacial: https://goo.gl/5m1Paf
Um comentário
Essa pequisa vai dar por brasil um salto cientifico muito grande
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